Dizemos nós
Entristecidos.
Uma experiência maravilhosa
Sempre difícil de
Bloquear,
Largar
Ou até mesmo abandonar!
Guardamos na memória
Uns belos anos
Em que fomos investigadores do nosso património.
À descoberta de novos saberes, tesouros do passado e do presente numa viagem extraordinária.
Em 6 de Janeiro de 1401, acorria o povo ao Mosteiro de Santa Maria da Vitória, conhecido também pelo Mosteiro da Batalha, para assistir ao Auto de Celebração dos Reis que teria a presença de D. João I. O Mosteiro, que nesta altura ainda não se encontrava concluído, era da autoria de mestre Afonso Domingues, cuja idade avançada e cegueira tinham levado ao seu afastamento da grande obra. A sua conclusão tinha passado para as mãos de um irlandês, mestre Ouguet, e Afonso Domingues não se conformava com o facto de el-rei lhe ter retirado a direcção daquela obra de arte.
D. João I vinha desejoso de visitar a Sala do Capítulo do Mosteiro que mestre Ouguet tinha recentemente concluído, seguindo o traçado dos projectos de Afonso Domingues, à excepção da abóbada que a cobria. No entender do mestre irlandês, seria impossível concretizar a abóbada imaginada por Afonso Domingues por esta ser muito achatada e, sem consultar o mestre português, decidiu concluí-la de outra forma. Como D. João I tinha chegado atrasado, resolveu assistir ao Auto dos Reis na igreja, deixando a visita da Sala do Capítulo para o dia seguinte. E em boa hora o fez.
Estava no Capítulo o irlandês Ouguet, vangloriando-se da sua supremacia sobre o mestre português, quando reparou com horror nas fendas que se abriam na abóbada e que ameaçavam a sua queda. Ouguet irrompeu pela igreja como um possesso, dizendo, entre muitas frases incongruentes, que o mestre Afonso Domingues lhe tinha enfeitiçado o trabalho. Pensando que o irlandês estava possuído pelo demónio, os frades acorreram a exorcizá-lo perante o grande espanto do rei. Ouguet caiu desmaiado ao mesmo tempo que um tremendo estrondo anunciava a queda da abóbada da contígua Sala do Capítulo, apenas 24 horas depois de ter sido concluída. El-Rei D. João I chamou então Afonso Domingues à sua presença e nomeou-o novamente mestre das obras do Mosteiro, pondo o irlandês sob as suas ordens. A construção da abóbada foi então retomada, agora seguindo o seu primitivo traçado. Chegou assim o grande dia em que foram retiradas as traves dos simples que sustentavam a abóbada. Apenas foi deixada no centro da sala uma pedra onde ficou sentado Afonso Domingues. A abóbada não caiu e o velho mestre ficou sentado naquela pedra, sem comer nem beber durante três dias, cumprindo um voto que tinha feito a Cristo. Ao fim do terceiro dia, El-Rei recebeu a triste notícia de que o grande arquitecto português tinha morrido antes de proferir as palavras "A abóbada não caiu.... a abóbada não cairá!".
Da pedra sobre a qual Afonso Domingues acabou os seus dias foi esculpida uma estátua em sua memória, que foi colocada na Sala do Capítulo, honrando assim um dos maiores mestres arquitectos de todos os tempos.
No passado dia 18 de Março visitámos a exposição “ 100 anos de imprensa no concelho da Batalha”, patente na Galeria Mouzinho de Albuquerque.
Observámos alguns objectos antigos relacionados com o tema da exposição, como: zincogravuras, barras de espaços, máquinas de escrever e de fotografar. A nossa visita foi guiada por uma jovem que nos esclareceu algumas dúvidas. Lemos histórias antigas e interessantes em alguns jornais da região. Foi engraçada a visita!
Lavoura, Religião e Paisagem
Quinta da Cerca | Quinta da Várzea
Duas Quintas que foram do Mosteiro da Batalha
Vem conhecer mais um pouco da vida deste grande convento através de um passeio a duas das suas quintas mais importantes. Traz calçado cómodo e um lanche para um convívio ao ar livre. Não esqueças a câmara fotográfica e participa no desafio que te lançamos.
Mosteiro da Batalha (ponto de encontro): saída dos visitantes, nas traseiras do monumento.
17 de Abril, Sábado, das 14h30 às 17h.
Inscrições gratuitas para mosteiro.batalha@igespar.pt ou pelo telefone nº 244765497
Esta visita integra-se nas comemorações do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios
Em homenagem aos militares que morreram durante a 1ª Grande Guerra Mundial, foi escolhido o dia 9 de Abril para, em 1924, ser solenemente descerrado o Túmulo do Soldado Desconhecido e inaugurado o Lampadário Monumental, onde se mantém permanentemente acesa a “Chama da Pátria”.
O Lampadário, de ferro forjado, oferta da 5ª Divisão Militar de Coimbra, foi aqui executado pelo serralheiro de arte Lourenço Chaves de Almeida, segundo desenhos de António Augusto Gonçalves. Esta peça apresenta uma alegoria aos soldados portugueses de todas as épocas.
Na parede encontra-se, ainda, o Cristo das Trincheiras que acompanhou as tropas portuguesas durante o primeiro conflito mundial. Este conjunto foi, desde o início, confiado à Liga dos Combatentes da Grande Guerra, fundada em 1921, instituição de utilidade pública agraciada com várias condecorações.
O concelho da Batalha possui uma rica tradição em artesanato. A latoaria, que é utilizada no fabrico de várias peças utilitárias e lúdicas, continua a ser uma actividade desenvolvida por um artesão local, chamado José Santana Marques, que mantém esta arte viva.
Também se pratica a pirotecnia, que é o fabrico de fogo-de-artifício.
Pequenas indústrias de cerâmica e de porcelana também são muito importantes para o artesanato da Batalha.
A pedra calcária continua a ser trabalhada por jovens da região e de todo o país na Escola Profissional de Artes e Ofícios Tradicionais da Batalha.
Até ao século XIX, o azeviche foi utilizado, nesta vila, para produzir objectos de adorno.
Nas freguesias de Reguengo do Fétal e de São Mamede, existem as únicas tecedeiras do concelho que trabalham em teares transformando os trapos, a lã, a fibra e o algodão em colchas e tapetes.
Fonte:
Livro "Batalha, Terra de História, concelho de Futuro”
A 18 de Março de 1500, a Batalha foi elevada a vila pelo Rei D. Manuel l. Doze anos mais tarde foi criada a paróquia da Exaltação de Santa Cruz. A Batalha, até ali, pertencera ao concelho de Leiria.
Inicialmente, o concelho era menor, pois não abrangia as actuais freguesias de Reguengo do Fétal e de São Mamede.
No século XIX foi destruído o pelourinho e, no século XX, também o primeiro templo construído na Batalha foi destruído - a Igreja de Santa Maria-a-Velha – erigida para servir os primeiros frades que se deslocaram para a vila. A construção do Mosteiro da Santa Maria da Vitória começou em 1387 ou 1388, por vontade de D. João I, para assinalar a vitória portuguesa na Batalha de Aljubarrota.
A construção do monumento, até cerca de 1533, mobilizou extraordinários recursos humanos e materiais, proporcionando a introdução e o aperfeiçoamento de várias técnicas e artes em Portugal.
O Mosteiro representa um marco histórico na arquitectura portuguesa. Trata-se de uma grandiosa construção do período final do gótico, onde assistimos ao nascimento do importante estilo manuelino que daqui irradiou para todo o país.
A construção deste monumento foi faseada, prolongando-se por mais de 200 anos. A junção de vários estilos no mosteiro deve-se ao grande número de mestres que dirigiram as obras, nomeadamente Afonso Domingues, Huguet, Martins Vasques, Fernão D’Évora e Mateus Fernandes.
No séc. XVI, foi construída a tribuna das Capelas Imperfeitas, sendo esta a última intervenção no Mosteiro.
Foi neste monumento que se praticou, pela primeira vez em Portugal, a técnica do vitral. Os vitrais da Capela-Mor e da sala do Capítulo, de 1514, são magníficos testemunhos desta arte ancestral.
Apresentamos aqui dois textos que nos permitem comparar a escrita do português no início do século XX (1918) com a escrita do português na actualidade. O texto original foi retirado do livro Charneca do Algar d'água de Mapone:
Os abaixo asignados propriatarios e moradores no logar do Reguengo do Fetal, constando-lhes que se pertende criar um sob-posto da guarda Naçional Republicana em S. Mamede, piqueno lugar com apenas quatro abitantes, não sendo portanto ali neçessario e achando que fica mais central nesta lucalidade, Reguengo do Fetal, lucalidade com mais de trazentos fogos podendo, ao mesmo tempo servir a ária de S. Mamede, vem por este meio pedir a V.Exª para que o sob-posto seja criado aqui no Reguengo do Fetal, como de toda a justiça.
E.R.J.
Reguengo do Fetal 1 de Novembro de 1918
Transcrição para português actual:
Os abaixo-assinados, proprietários e moradores no lugar de Reguengo do Fétal, constando-lhes que se pretende criar um sub-posto da Guarda Nacional Republicana em S. Mamede, pequeno lugar com apenas quatro habitantes, não sendo portanto ali necessário e achando que fica mais central nesta localidade, Reguengo do Fétal , localidade com mais de trezentos fogos, podendo ao mesmo tempo servir a área de S. Mamede, vêm, por este meio, pedir a Vossa Excelência para que o sub-posto seja criado aqui no Reguengo do Fétal, como é de toda a justiça.
E.R.J.
Reguengo do Fétal, 1 de Novembro de 1918
Nuno Álvares Pereira era um rapaz muito sonhador. Ele passava a maior parte do seu tempo a ouvir histórias e era muito bom a manusear a espada.
Um dia o seu pai disse-lhe que o levaria à corte do rei D. Fernando para ele aprender a ser um nobre cavaleiro como os que ele admirava.
Passados uns dias, o seu pai levou-o a Santarém, ao castelo de D. Fernando, para Nuno aprender a ser cavaleiro. Treinou muito e já cavalgava e manuseava a espada como ninguém. Como ele era um jovem alto e elegante, D. Leonor promoveu-o a seu escudeiro.
Ele tinha muito que aprender e foi entregue a um cavaleiro experiente, responsável pela sua formação militar, assim aprendeu tudo sobre as armas e sobre a guerra. Passou a ajudar o seu professor nos torneios e sentiu-se muito orgulhoso.
Um dia o seu mestre chamou-o para junto dele, pois quis que Nuno lutasse a seu lado.
Entretanto o rei D. Fernando adoeceu e D. Beatriz, sua filha, tomou o comando do reino. Mas havia um problema: ela era casada com o rei de Castela e se se tornasse rainha, Portugal passaria a pertencer à Espanha. Porém, o povo e a burguesia não deixaram e aclamaram como rei D. João, Mestre de Avis.
D. João enviou Nuno para o Alentejo, porque precisava lá de um chefe militar. Nuno partiu com 200 cavaleiros, contudo, quando chegou, verificou que o exército espanhol era muito maior. Os cavaleiros ficaram muito preocupados, mas ganharam a batalha. Quando regressaram junto do rei, foi atribuído o título de Condestável do Reino a Nuno Álvares Pereira.
Após esta batalha, as tropas portuguesas partiram para Tomar e, a 12 de Agosto de 1385, refugiaram-se nos campos de Aljubarrota à espera do exército castelhano que avançava sobre Lisboa.
Os portugueses utilizaram um campo inclinado, porque os cavalos espanhóis não estavam habituados a este relevo. Fizeram buracos na terra e usaram a técnica do quadrado. E, assim, ganharam a conhecida Batalha de Aljubarrota, não pela força, mas pela inteligência.
Nuno Álvares Pereira foi um homem de armas e guerras e foi também um homem bom. Depois de muitas lutas contra os inimigos, decidiu mudar de vida e fundou o Convento do Carmo, em Lisboa,tornando-se frade e ajudando os mais pobres, velhinhos e doentes. Ficou conhecido por Santo Condestável.